Os movimentos sociais, grupos e entidades de direitos
humanos, partidos políticos e militantes independentes reunidos em torno da
pauta da transformação do prédio do antigo DOPS em um espaço de memória exigem
do governo do estado do Rio de Janeiro que o compromisso assumido pelo governador Sergio Cabral em maio de 2013 seja cumprido.
Esse prédio (Rua da Relação 40, Centro) é o símbolo da repressão brasileira! Primeiro, ele foi fundado para abrigar a Polícia Central da República, repressora dos pobres e negros, com base em um discurso contra a “vadiagem” e na proibição das manifestações religiosas afro-brasileiras e da capoeira. Depois, na década de 1930, sediou a Polícia Política da Ditadura Vargas, que prendeu, torturou e matou seus opositores. A partir do golpe de 1964, ali funcionou o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Relatos e documentos demonstram claramente que o DOPS teve papel central para o funcionamento dos órgãos de repressão, atuando em conjunto com os órgãos das Forças Armadas – DOI-CODI, CENIMAR, CISA, além dos agentes paramilitares que atuavam em lugares como a Casa da Morte (Petrópolis) e outros ainda desconhecidos.
Atualmente, o prédio está em poder da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e se encontra em péssimo estado de conservação interna, apesar de ser tombado pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural). Há indícios de que o plano atual do governo do estado é de nele abrigar o Museu da Polícia e uma galeria de lojas, a despeito do compromisso assumido pelo governador Sérgio Cabral de transformar aquele prédio em um centro de memória!.
O que queremos?
Exigimos a imediata destinação do prédio para um ESPAÇO DE MEMÓRIA!
Propomos que o prédio possa se integrar à cidade e à cidadania, ressignificando os seus usos e sentidos!
Como?
• Com exposição permanente sobre a repressão e resistência política e exposições temporárias;
• Com eventos culturais e educacionais: debates, seminários temáticos, testemunhos, festivais de cinema, cursos etc..
• Com um espaço para estudos e biblioteca especializada nos temas sobre Memória, Verdade e Justiça;
• Com disponibilidade de acervos da repressão no RJ e do material das Comissões da Verdade para consulta pública e digitalizada;
• Com um espaço de trabalho para reuniões e atividades de movimentos e organizações da sociedade civil;
• Com um núcleo de estudo, pesquisa e atuação política no campo da Memória, Verdade e Justiça, estabelecendo a relação entre as violações do passado com as do presente;
• Com área de apoio às políticas públicas de defesa e promoção dos direitos humanos que existem formalmente no estado do Rio de Janeiro.
Pela memória dos espaços de repressão e tortura da ditadura civil-militar no Rio de Janeiro!
DOI-CODI – Tijuca
Casa da Morte – Petrópolis
Ilha das Flores – São Gonçalo
Presídio da Ilha Grande
Usina Cambahyba – Campos dos Goytacazes
Invernada de Olaria
Hospital Central do Exército – Benfica
Vila Militar de Deodoro
Estádio Caio Martins – Niterói